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Sexta, 03 de Maio de 2024
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Saiba como reconhecer e validar suas vontades mais profundas

Todos nós temos o direito de alcançar nossas realizações e brilhar Todos nós temos o direito de alcançar nossas realizações e brilhar Imagem: eamesBot | Shutterstock

Pode parecer um contrassenso difícil de assimilar. Mas acontece o tempo todo. Mais do que a gente gostaria. Com tantas possibilidades de encontros, aprendizados e realizações pelos caminhos que trilhamos ao longo da vida, quantos de nós não acabam se apequenando perante tal imensidão? Isso não é para mim, está bom assim, não preciso de muito, a gente aperta e dá um jeito, vai levando.

Embora o incômodo exista, podemos permanecer um tempão nesse lugar estreito e escasso de descobertas gratificantes. Sem assumir para nós mesmos que, sim, temos ambições e desejos. Queremos desfrutar de mais afeto, conforto, sucesso, felicidade, saúde, vitalidade.

Mas parece que a culpa e o constrangimento fazem desse impulso algo inapropriado. Egoísta até. Quando, na verdade, nos permitirmos sonhar e gerar uma colheita farta nas mais diversas áreas do viver é sinal benigno. Significa que, em nosso íntimo, nos sentimos dignos e merecedores do que a vida tem de bom a nos ofertar.

“As pessoas precisam ter um mínimo de ambição para que seu desenvolvimento seja progressivo. Quem se acomoda com o mínimo fica estagnado. Isso porque, ao rejeitar novas possibilidades e oportunidades, o indivíduo vai se tornando cada vez mais limitado, restrito ao que já tem e conhece”, observa Monica Machado, psicóloga e fundadora da Clínica Ame.C, pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein.

“Nenhum ser vivo consegue viver tempos prolongados de privação das necessidades, e viver uma vida com sentido é uma necessidade humana. Quando isso não acontece, o adoecimento pode surgir como uma resposta de que algo vital não foi atendido, alguma parte de nós ficou perdida e precisa ser resgatada de nossa história”, corrobora o psicólogo Thiago Domingues, que também é poeta e viajante.

O mais de cada um

Claro que a largueza do desejo varia de pessoa para pessoa. Para um, permitir-se “mais” pode significar reduzir a carga horária de trabalho e gozar de tempo livre para devanear ou acompanhar de perto o crescimento dos filhos; para outro, pode representar solidez financeira para dormir em paz, sem ser assombrado pelo fantasma da escassez que mutilou a pureza da infância.

Também pode dizer respeito a uma rotina em que a saúde física, mental e emocional determina o compasso da agenda; ser capaz de bancar um ofício “alternativo”, pouco valorizado socialmente, mas que honra a vocação da alma, ou, então, encontrar dentro de si motivação e ânimo para voltar a estudar. Conforto por estar onde se está, sendo quem se é, cultivando relações e fazeres enriquecedores. Tudo isso pode ser chamado, aqui, de “mais”.

O filósofo alemão Friedrich Nietzsche diria que estamos nos referindo à “vontade de potência”, aquela ebulição interna gerada por experiências que enchem nossos dias de sentido e alegria. “Onde encontrei vida, encontrei vontade de potência”, ele escreveu. Na visão da filósofa Viviane Mosé, autora de Nietzsche Hoje (Vozes Nobilis), “tudo o que vive quer mais; o querer da própria vida é expandir, ir além, seguir sempre adiante”. Que a gente não se esqueça mais disso.

Amarras ancestrais

Entretanto, muitos podem ser os freios que nos fazem morrer de sede em frente ao mar, parafraseando o compositor Djavan. Vamos chegar mais perto de dois deles: medo e culpa. Medo, por exemplo, de seguir novos rumos e, com isso, ter de abdicar do conhecido ou da segurança prévia, medo de fazer uma aposta significativa e se decepcionar, medo de assumir grandes responsabilidades e não dar conta delas, em suma, medo de atender ao desejo por amplitude e se machucar.

Culpa por desejar fazer diferente do que foi aprendido dentro da família, culpa por conquistar uma posição confortável enquanto tanta gente padece num mundo desigual e injusto, culpa por se sentir feliz e realizado quando pessoas queridas estão atoladas em queixas e dificuldades.

Acontece que não basta desejar e pronto. Uma hora teremos de fazer escolhas em função do que se deseja. E bancá-las implica se responsabilizar pelas consequências desse ato. Ju De Mari, terapeuta, mentora de carreira para mulheres e colunista do portal Vida Simples, lembra quão conflituoso e angustiante isso pode se tornar para algumas pessoas.

“Para assumir ambições, será preciso romper com algumas (ou muitas) expectativas coletivas, sociais e relacionais sobre o que deveríamos querer e ser. Isso inclui também a própria expectativa em relação a quem a pessoa acha que deveria ser, fazer, comportar-se etc.”, pondera a especialista.

A dupla “medo e culpa”, também é bom lembrar, reflete os valores herdados da tradição cultural católica, predominante em terras brasileiras desde a colonização portuguesa. Medo de sermos punidos por nossos “erros” por um Deus onipresente; culpa por não sermos bons e puros o suficiente. Então, em primeiro lugar, precisamos reconhecer quão entranhado em nós está esse modo de olhar o mundo e atribuir valor às nossas condutas e escolhas.


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